Foto: Bridgeman Images
A revista The Economist publicou no último dia 1 de agosto artigo sobre a estética japonesa do mingei. Não resisti à tentação de compartilhar aqui alguns de seus trechos e de recomendar a leitura da íntegra, indispensável no momento que vivemos.
Mingei, esclarece o artigo, engloba todo tipo de coisas cotidianas, desde roupas e móveis até utensílios e papelaria. Segundo Yanagi Soetsu, fundador do Nihon Mingeikan (Museu de Artesanato Folclórico do Japão), as obras de mingei possuem "graça inconsciente". Por isso mesmo, mingei envolve aproximar-se do mundo com uma consciência aguçada dos objetos que preenchem a vida cotidiana; "refletir sobre a caneca de café que alimenta intermináveis reuniões zoom com a mesma intensidade que você contempla um Cézanne".
Yanagi Soetsu acreditava que definir a beleza puramente em termos visuais, para a exclusão da praticidade, estava equivocado.
Nosso senso estético tem sido severamente prejudicado devido ao fato de que a beleza e a vida são tratadas como reinos separados do ser.
É com incrível sensibilidade que o filho de Yanagi Soetsu e agora diretor do Mingeikan, Yanagi Sori, nos lembra ser uma "bênção e uma alegria" ver beleza em objetos comuns. "Ele pede às pessoas, em suma, que apreciem o que está debaixo de seus narizes".
O artigo é concluído com o seguinte parágrafo:
"Pegue a humilde máscara facial. Seu correspondente é costurado de pano bronzeado e estampado com peixe. Suas alças de ouvido azul-claro, agora desgastadas, sugerem o oceano. Um mahi-mahi azul estica sua testa bulbosa sobre o vinco do nariz. Um tigre prateado se aproxima da orelha. As espinhas amarelas da barbatana dorsal de John Dory se espalharam pela bochecha, evocando a barba do homem no fundo da tigela de mingei."
Segue o artigo na íntegra.
Postado por Nelma
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